Raquel Negrão; Marta Moraes. 2019. Couepia belemii (CHRYSOBALANACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, municípios de Itacaré (Queiroz 13864), Maraú (Belém 3146), Porto Seguro (Farias 217) e Una (Martini 60). ESPÍRITO SANTO, município de Linhares (JS 007/77).
Árvore de até 25 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Ocorre na Floresta Ombrófila, nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Conhecida popularmente como milho-torrado ou Taquipé, foi coletada nos estados do Espírito Santo, no município de Linhares, e da Bahia, municípios de Itacaré, Maraú, Porto Seguro e Una. Apresenta AOO= 32 km² e está sujeita a cinco situações de ameaça. Desmatamento, expansão urbana, turismo, agricultura e pecuária (Saatchi et al., 2001; Landau, 2003; Rolim e Chiarello, 2004; Paciencia e Prado, 2005; Carvalho, 2018; Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO e qualidade do habitat e número de subpopulações. A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) de extinção em avaliação de risco de extinção anterior (MMA, 2014), considerando extensão de ocorrência. A recente revisão das coleções e da localização geográfica reduziu levemente a área de ocupação da espécie. Considerando o atual nível de fragmentação da Mata Atlântica do sul da Bahia ao norte do estado do Espírito Santo, especialmente por cultivos de cacau e cana-de-açúcar, a espécie passa ser avaliada como "Em perigo" (EN), em razão de distribuição associada a declínio contínuo por causas passadas e não cessadas. O estado que concentra maior número de registros da espécie (Bahia) ainda apresentam altas taxas de desmatamento, não alcançando no último período (2017-2018) os compromissos assumidos pela política de desmatamento zero da Mata Atlântica (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Em vista da fragmentação de seus habitats, considera-se possível que a população esteja severamente fragmentada. Portanto, não havendo informação populacional são necessárias ações de pesquisa (tamanho e tendências populacionais) e de conservação (programas de conservação ex situ).
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Vulnerável" (VU) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | VU |
Espécie descrita em: Fl. Neotrop. Monogr. no. 9: 228. 1972. Nome vulgar: milho-torrado (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), Taquipé (Folli 2349).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.3 Tourism & recreation areas | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1 Annual & perennial non-timber crops | locality,occupancy | past,present,future | regional | high |
A área relativamente grande ocupada por categorias de uso do solo como pastagem, agricultura e solo descoberto, e a pequena área relativa ocupada por floresta em estágio avançado de regeneração revelam o alto grau de fragmentação da Mata Atlântica no Sul-Sudeste da Bahia (Landau, 2003, Saatchi et al., 2001). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciencia e Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau, seringa, piaçava e dendê (Alger e Caldas, 1996). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciencia e Prado, 2005), sendo a cabruca considerada a principal categorias de uso do solo na região econômica Litoral Sul da Bahia (Landau, 2003). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004, Saatchi et al., 2001). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada no REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA (PI), RESERVA BIOLÓGICA DE UNA (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL BAÍA DE CAMAMU (US) e ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL COSTA DE ITACARÉ/ SERRA GRANDE (US). |
Ação | Situação |
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5.4.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como Vulnerável à extinção e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5 Law & policy | needed |
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33 (ES) e Território Itororó - TER35 (BA). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |